quarta-feira, 6 de abril de 2011

Moradores de invasão protestam contra pedido de reintegração de posse

Contando com alguma resposta do governo, os manifestantes aguardaram durante todo o dia de hoje em frente ao Palácio do Setentrião e ainda sofreram com a falta de consideração de alguns condutores.


Há três meses cerca de 10 mil pessoas residem em uma invasão próxima à comunidade do Coração, intitulada “Bairro do Governador”. De acordo com estes moradores, a invasão só aconteceu pela necessidade de moradia que as famílias tinham. “A gente não tinha lugar para morar. Então, invadimos o local”, falou um dos moradores. Durante o tempo em que a área foi invadida, a proprietária não procurou os invasores para vindicar seu direito sobre as terras, como diz um dos moradores. “Desde que invadimos a dona do local nunca apareceu para pedir as terras de volta”.

No entanto, na terça-feira (05) os moradores do “Bairro do Governador” foram surpreendidos com uma liminar feita por parte da proprietária do terreno solicitando reintegração de posse. “Ontem, ela apareceu e disse que pediu reintegração de posse das terras”, informou Aquiles Miranda Martins, que faz parte da Comissão dos Moradores do Bairro do Governador. Este ato indignou a todos fazendo com que se dirigissem até o Palácio do Governo nesta quarta-feira (06) a fim de solicitar auxílio para que não haja a reintegração. Segundo, Aquiles Miranda, a Comissão de Moradores conseguiu falar com o diretor do Instituto de Meio Ambiente e de Ordenamento Territorial do Amapá (IMAP), Maurício Oliveira de Souza, que se comprometeu em resolver o caso destes invasores marcando uma audiência, mas que não deu retorno aos moradores. “O diretor do IMAP ficou de resolver a nossa situação e marcar uma audiência no Ministério Público, mas não retornou”, explicou.

Sob a ameaça das 700 famílias cadastradas nesta invasão ficarem sem um teto dentro de dois dias (até sexta-feira (08) é o tempo determinado pela liminar para que os invasores saiam do local), os moradores revoltados com o descaso das autoridades continuaram em frente ao Palácio, onde fecharam a Rua General Rondon e manifestaram sua revolta com cartazes em que se lia: “Queremos terra!” ou “A frente popular está aqui governador!” e apitavam para chamar a atenção do governador e da população para sua situação. E eles avisam que querem uma solução imediata para sua manifestação. “Nós só vamos sair quando tivermos uma resposta concreta. O estado tem obrigação de nos ajudar. Pois, em tempos eleitoreiros eles aparecem para nos ouvir, mas agora não atendem a nossas solicitações”, finalizou Aquiles Miranda.

Imprudência

Somada ao descaso do governo, os manifestantes do Bairro do Governador ainda tiveram que sofrer com a falta de respeito de parte da população que transitava no centro da cidade durante o ato. No momento em que a reportagem do JDia estava entrevistando o morador Aquiles Miranda, um mototaxista tentou seguir na Rua General Rondon avançando seu veículo contra os manifestantes que fechavam a rua. O mototaxista reclamava que “aquelas pessoas estavam atrapalhando o trânsito” enquanto, que os moradores pediam mais respeito do condutor. “Nós ainda temos que lhe dar com a falta de respeito de algumas pessoas que insistem em ultrapassar o nosso cordão humano. É muita imprudência por parte destas pessoas”, reclamou Aquiles.


Por: Lívia Almeida

Um comentário:

  1. Oii.. ainda não pude ler os textos,pois estou sem tempo.. :(
    Mas pelos títulos e palavras lidas rapidamente já percebo o quão será ótimo o blog de vocês (:
    Já estou seguindo (:

    Abraço e sucesso! {:

    www.minhapetulancia.blogspot.com

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